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Ultrassonografia todo mês, por quê?

Atualizado: 22 de out. de 2018

Muitas gestantes estão comentando sobre os mil exames pedidos durante o pré natal particular, com destaque para a ultrassonografia mensal. Mas qual necessidade de tanto exame?











Primeiro precisamos diferenciar as gestações para iniciarmos a discussão sobre o assunto. Existem duas classificações: gestante de risco habitual e gestante de alto risco.


Gestante de risco habitual são mulheres que ao longo do pré natal não apresentaram nenhuma problemática acerca da gestação (hipertensão, diabetes, etc). Essas mulheres podem e devem ser atendidas por enfermeiras obstétricas durante o pré natal e parto, no SUS isso é uma prática comum inclusive.
Gestante de alto risco são mulheres que ao longo do pré natal apresentaram algum sinal de alerta nos exames clínicos ou laboratoriais que tornam aquela gestação um evento que precisa ser supervisionado de perto com mais cuidado. Por esse motivo essas gestantes muitas vezes precisam de exames complementares e assistência médica.

GESTAÇÃO DE RISCO HABITUAL


Bem, não entrarei no âmbito das gestações de alto risco, pois elas são muito específicas. Logo, esse texto se destina à você que tem uma gestação de risco habitual e tem setenta e cinco pedidos de exames diferentes para fazer esse mês.


Sei bem que fazer ultrassonografia é legal para a grande maioria das gestantes. Um momento de ouvir o batimento do bebê, ver a posição que ele tá, as cambalhotas, chupando dedinho, a emoção é infinita. Exames são super úteis, diagnosticam problemas e ajudam a criar estratégias para intervir adequadamente.


Será que todo exame tem essa funcionalidade toda? Quando fazer e quando não fazer? Quais são os prós e os contras das ultrassonografias mensais?

Todo exame ou intervenção passado as mulheres deveriam ser explicados previamente para que junto ao médico ela decida se faz sentido mesmo fazer aquele procedimento, pois tudo na vida tem lado bom e ruim, e a decisão sobre o corpo da gestante cabe somente a ela. Deixar toda responsabilidade nas costas de um profissional não é nada bacana pra ele e nem empoderador pra nós. #Questionar, #pesquisar e #decidir, faz parte do combo co-responsabilidade que é um termo fundamental para quem deseja #humanização.


Contras:

• Ansiedade - Todo exame que estamos aguardando um resultado gera uma ansiedade na pessoa, na gestação não é diferente. A preocupação é em dobro, por nós e por nosso bebê.

• Falso positivo / Falso negativo - Muitas vezes o exame detecta um problema que não existe, um erro no exame, no entanto, até você refazer e descobrir que foi um erro, muita tensão já foi vivida desnecessariamente.

• Utilidade? Muitos exames tem utilidade limitada, pois servem pra detectar doenças que não há conduta clínica que mude o quadro, como é o caso da ultrassonografia de translucência nucal. E em casos de malformações fetais não temos possibilidade de interrupção da gestação na legislação brasileira. Logo, precisamos mesmo saber previamente? O que muda no quadro? A decisão só cabe a gestante, no entanto ela precisa estar informada sobre tais limitações.


Prós

• DPP - Através da ultrassonografia, principalmente se feita no primeiro trimestre, é possível dizer com maior precisão a idade gestacional que a mulher se encontra. Levando em conta que muitas mulheres não sabem exatamente a data da última menstruação, essa ultra é bem relevante. Nela também pode se detectar gestação múltipla.

• Preparação - Muitas vezes saber previamente sobre malformações fetais, mesmo que sem nenhuma conduta que mude o quadro, pode ser bom para se preparar para a chegada desse bebê.


Então, afinal quais ultrassonografias devemos fazer?!


No primeiro trimestre:

Diz com maior precisão a idade gestacional e existência de gestação múltipla.


Translucência Nucal (entre 10 e 13 semanas): permite verificar o risco de defeitos cardiovasculares e pulmonares, infecções congênitas, alterações metabólicas e cromossômicas. É importante dizer que esse exame não faz o diagnóstico, apenas aponta que o bebê pode ter um risco maior para algum desses problemas. Caso o resultado apresente alguma alteração, o médico pode solicitar outros exames mais invasivos para conseguir compor um diagnóstico, como o estudo do cariótipo fetal.


No segundo trimestre:


Morfológica (entre 20 e 24 semanas): mostra toda a anatomia do feto, inclusive o sexo do bebê, e identifica possíveis malformações, a posição da placenta, a quantidade de líquido amniótico, a posição do cordão umbilical e o fluxo sanguíneo nas artérias.


Ultrassonografia tardia (após 24 semanas): revisões da Cochrane mostram que não há benefícios em se fazer esse tipo de exame em gestações de risco habitual.


CONCLUSÕES


Chega-se a conclusão que não há justifica plausível para se realizar a ultrassonografia mensal, somente motivo recreativo. E para as demais ultrassonografias deve-se pesar prós e contras para cada família decidir o que é melhor.


Um exame é uma intervenção, e qualquer intervenção quando aplicada sem real necessidade, pode trazer malefícios.

Lembrando mais uma vez que estamos falando de gestação de risco habitual. Autora: Livia Branco - doula e educadora perinatal. Contatos: (21) 99818-0423 Email: Doulaliviabranco@gmail.com

Instagram: @liviabranco.doula

*Artigos toda quinta feira (ou quase).


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© 2018 por Belle Castillo

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